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Dieese (PA) aponta que novo salário mínimo deve injetar cerca de R$ 385 milhões na economia da região norte

cr.: Marcelo Casal Jr./ Agência Brasil;

Um estudo conduzido pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos do Pará (Dieese/PA) revelou que o reajuste do salário mínimo para R$ 1.518,00 deve injetar cerca de R$ 385 milhões mensais na economia da Região Norte, beneficiando mais de 3,7 milhões de trabalhadores nos sete estados da região. No Pará, o impacto será significativo, alcançando aproximadamente dois milhões de trabalhadores e gerando um incremento de R$ 199 milhões por mês na economia estadual.

O novo salário mínimo, em vigor desde 1º de janeiro, representa um reajuste nominal de 7,5%. Esse percentual é composto pela inflação acumulada de 4,84%, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), e um adicional de 2,5%, conforme estabelecido pela Lei 15.077/2024, que integra o Novo Arcabouço Fiscal (NAF) e a Política Nacional de Valorização do Salário Mínimo (PNVSM). Com a mudança, a economia brasileira terá um incremento total de R$ 81,5 bilhões ao longo do ano, enquanto a arrecadação tributária deverá registrar um acréscimo estimado em R$ 43,9 bilhões, reflexo do aumento no consumo.

Entretanto, o impacto econômico positivo contrasta com os desafios enfrentados pela população, especialmente em Belém. Até novembro de 2024, o custo da cesta básica na capital paraense comprometeu 51% do salário mínimo, atingindo R$ 663,02. Produtos como carne (R$ 176,00), pão (R$ 94,62) e tomate (R$ 91,20) lideram os gastos, representando juntos uma parcela significativa do orçamento familiar. Outros itens essenciais, como leite, feijão, arroz e farinha, somam ainda mais pressão às finanças dos trabalhadores.

Apesar do aumento no salário, a diferença entre o valor atual e o salário mínimo ideal continua expressiva. De acordo com o Dieese, o rendimento necessário para atender às necessidades básicas de uma família – incluindo habitação, educação, transporte e lazer – foi estimado em R$ 6.959,31 em novembro, ou 4,93 vezes o salário vigente.

Esse cenário reflete o paradoxo enfrentado por milhões de brasileiros: embora o reajuste seja um alívio para muitos trabalhadores, ele está longe de proporcionar a dignidade prevista pela Constituição. O desafio, portanto, vai além do aumento nominal. É preciso alinhar políticas públicas que combinem crescimento econômico com maior justiça social, promovendo um equilíbrio entre os custos de vida e a valorização real dos salários.


Com informações: Dieese PA, O Liberal; Texto: Redação;

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